História extraordinária, sem numeração:
Foi para o segundo andar Nicolau Sevcenko, na minha modesta opinião um dos maiores historiadores que o Brasil já teve.
Eu poderia admirá-lo por suas obras magníficas, sempre muito bem escritas, com rigor e sabor. Mas eu o admiro mesmo, de verdade, por conta de uma história sua que presenciei.
Meu primo era estudante de História e tinha ido a um Congresso da ANPUH na acolhedora João Pessoa, no início da década de 80. O auditório estava cheio, todos esperando com ansiedade o palestrante, um ilustre professor, de quem diziam maravilhas. Eis que chega um jovem (tinha só 29 anos) com os cabelos desgrenhados (nessa época todo mundo tinha muito cabelo) roupas bem informais e uma enorme mochila, daquelas de hippie. Vai até o microfone, tira a pesada mochila das costas, passa a mão nos cabelos como se fosse possível ajeitá-los... e começa:
- Boa noite, meu nome é Nicolau Sevcenko...
Ele estivera viajando até o último minuto antes de se trancafiar na sala com aquele bando de doidos que queriam estudar História...
O grande Sevcenko já sabia que afora o motorista e o trocador, é todo mundo passageiro...
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