Eu e meus primos...

Eu e meus primos...

terça-feira, 22 de julho de 2014

Perdeu Playboy

Sim, mas não foi só a Playboy, perdeu a Status, a Ele e Ela, e até uma revista chamada Homem embora só tivesse mulher pelada … Calma, já vou explicar direitinho. Esse primo tinha uns 16 anos e estava morando na casa da sua querida avó Isaura.  Ela era portuguesa, vascaína e a pessoa mais doce que ele já conheceu. Mas a rapadura também é doce, sabe como é?

Pois bem. Nessa época, meu primo era quase um santo. Ele acordava cedo, tomava café com a vovó querida e ia para a escola. Voltava, almoçava com a vovó amada e em seguida enfiava a cara no estudo. Começava lá pela uma da tarde e ia até a hora do jantar, por volta das sete horas. Todo santo dia, menos dia santo, ou seja, no fim de semana folgava. Aí lia seus romances, ia ver um filme com os amigos ou ao Maraca ver o Flamengo. Estudava tanto que mesmo na véspera da prova continuava somente com o ritmo normal. E nada de estudar à noite ou varar a madrugada. Não era necessário. O cara era um CDF profissional.

Tímido que só, nem pensava em namorar. Nas festas, ficava apenas olhando ou então dançava um pouco e logo se sentia desajeitado, achava que tava todo mundo olhando pra ele… Resultado? Era o melhor amigo do jornaleiro: tornou-se o rei das publicações "adultas" mencionadas acima. Por isso era quase santo.

Vovó, sempre zelosa, cuidava bem do netinho. Um dia, quando ele chegou da escola e os dois almoçavam, ela deu a notícia aterradora:

- Meu neto, fiz uma limpeza no seu quarto. Joguei umas coisas fora.

Tão simplesmente. Difícil foi terminar o almoço. Para não dar na pinta, ele comeu até sobremesa.

Depois, foi checar a tragédia. Nem sinal. Alguns itens eram de colecionador, a primeira Playboy no Brasil, por exemplo. Havia também as "preferidas", aquelas com as quais ele quase conversava, digamos assim. Morenas voluptuosas, louras falsas e verdadeiras, japonesas eventuais, mulatas... Todo um harém de Onam desaparecido em um instante. O Vento levou… ou melhor, vovó jogou fora.

Não havia jeito, vovó não iria dar mole daqui pra frente.

E agora?

Vai aprender a dançar, primo!

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