Eu e meus primos...

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domingo, 6 de julho de 2014

Quem quebrou Neymar ?

Foi o Zuniga? Foi. Mas teve muita ajuda. De quem? De uma triangulação perversa:

1. Para começar, o esporte espetáculo, show televisivo para o qual uma entrada violenta, mostrada em câmera lenta, é tão "bonita" e plástica quanto um drible (e há cada vez menos dribles a mostrar).

2. Talvez seja isto que explique a clara orientação da FIFA no sentido de que os juízes deixem o jogo "correr solto", com os cartões guardados no bolso o máximo possível. O esporte espetáculo, bilionário, movimenta hoje sete vezes mais do que Holywood e duas vezes a indústria automobilística. Os interesses em jogo, travestidos de patriotada, são muitos. Os jogadores entram em campo dopados psicologica e economicamente. Daí para meter o joelho na coluna de um adversário é um pequeno passo.

3. O Felipão, como escrevemos aqui há uma semana, criou uma tática que isolava o Neymar, sem ninguém para tabelar com ele. Contra o Chile, contra o México e ontem contra a Colômbia, Neymar, sozinho, tinha que conduzir a bola com um verdadeiro "corredor polonês" lhe esperando. Mais cedo ou mais tarde iriam quebrá-lo. Comparemos com Messi e vemos claramente a diferença. Há sempre um ou dois jogadores se colocando para receber a bola. Messi só arrisca o lance individual no final do jogo, com os zagueiros cansados e já pensando que ele vai passar a bola. No belo gol de Di Maria foi assim: Messi arrancou, três adversários vieram para cima dele, furiosos e ele imediatamente tocou para Di Maria.

Neymar nunca teve Di Maria para passar com Oscar marcando o lateral e Fred totalmente fora do jogo. Só quem tabelou com ele, a Copa inteira, foram as travas das chuteiras adversárias. O endeusamento de um garoto de 22 anos como super-homem, por parte da imprensa, também ajudou neste linchamento. O irônico é que a FIFA e o Felipão vão explorar o episódio ao máximo, isentando-se de qualquer culpa. Enquanto isso, Zuniga vai carregar nas costas o peso de um processo perverso de transformação do esporte mais amado do mundo em uma mercadoria mundial.

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