Eu
e a bola. Meu nome é João, meu nome é Antônio, meu nome é José, meu nome é um
qualquer. No dia a dia, não sou de reclamar, é bola pra frente. No trabalho,
tento não pisar na bola. Se há algum problema, logo tento bolar uma solução.
Peço a ajuda dos colegas, não prendo a bola. Mas acho que meu patrão não bate
bem da bola. Com ele é sempre jogo duro. Fico meio bolado mas tudo bem. Ele
vive dando bola fora. Quando tento aumento de salário, a bola sempre bate na
trave. E não adianta reclamar, pois ele se acha o dono da bola. Até aí, jogo
que segue, mas não suporto traição, tomar bola nas costas. Não quero encher
minha bola. Mas no trabalho eu bato um bolão e ele foi dar aumento e promoção para
aquele novato bola murcha? Por isso eu peguei aquele monte de papelada, tudo
ainda por resolver, amassei bem até virar uma bola de papel. Aí entrei na sala
dele feito centroavante rompedor e falei: agora a bola tá contigo. Passei a
bola pra ele.
Desempregado.
Sem dinheiro. Não dei a menor bola. Na pelada de domingo, depois de uma semana infernal,
tudo o que eu queria era bater uma bolinha. Quando enfiei um bolão para meu
amigo fazer o gol, ele disse um negócio que me lavou a alma: João, tu é bola.
Sou mesmo.
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