Eu e meus primos...

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

A cabrochinha do vestido azul

Ontem, Pindorama, a Seleção Brasileira de Escritores, novamente cruzou as fronteiras e foi jogar numa terra estrangeira, hostil e de costumes bizarros: a Barra da Tijuca.

Claro que perdemos de 5x3, felizes pela menor diferença de gols que já sofremos, agradecendo ao astro-rei abrasador por terminar a partida mais cedo.

Foi depois disso que o milagre se deu. Aproveitei que estava por ali e fui a um dos 1001 shoppings da região pegar um filminho. Mas não era qualquer shopping, era o mais luxuoso deles. Lá chegando, para a minha surpresa, descobri que todos os restaurantes ofereciam feijoada. Continuei cabreiro, mas caí do cavalo quando ouvi o som do pandeiro e do cavaquinho. Sim, ó ateus incrédulos, uma roda de samba na praça de alimentação. Agora é que os deuses entraram em campo. Vi hordas de madames, nuvens de peruas, em um passe de mágica encarnadas em cabrochas, se acabando naquele chão enceradinho que até que dá um caldo.

O show maior esteve a cabo de uma cabrochinha de dois anos, vestidinho azul, cabelinhos louros, que para a paixão total do pai e delírio da plateia misturava passos de balé, piruetas de criança e uns esboços de samba no pé.

Naquela hora eu lembrei do grande mestre Luiz Antonio Simas e do papel civilizacional do samba. Porque naquele momento, meus queridos e queridas, a Barra da Tijuca era reincorporada em grande estilo ao território carioca e os deuses me relembravam pela milésima vez que toda e qualquer barreira entre os homens é apenas imaginária.

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