Eu e meus primos...

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

O que o dinheiro não compra

Gente, eu juro que não dei nenhum dinheiro para o competente jornalista Caio Barbosa escrever isso, é que tem coisas que o dinheiro não compra. Obrigado, Caio, por essa eu não esperava. Um grande abraço.
O SAMBA DE ALVITO - ENTRE A RUA E A UNIVERSIDADE

Estive ontem à noite com o querido Marcos Alvito, no lançamento do seu delicioso livro "Histórias do Samba", que conta 100 causos deste ritmo musical que, como bem canta Paulo Cesar Pinheiro, tanto faz de onde é que vem, tá no sangue, tá no gen, tá em quem gosta de samba.

Alvito é um pouco daquilo que eu tentei ser, como cientista social, e não consegui. Doutor em Antropologia pela USP, é professor de História da UFF, onde estudei e nos conhecemos, mas não nos bancos escolares, e sim nos do Pardal e da Elvira, na mítica pracinha de São Domingos, na década de 90.

Estudioso, competente, cara de CDF, Alvito tinha tudo para ser como aqueles intelectuais de almanaque, que mergulham nos livros e muitas vezes tornam-se incapazes de compartilhar tamanho conhecimento, de dialogar com a sociedade, de fazer a ligação entre a academia e o que está à sua volta, ou seja, o mundo.

Professor, doutor, querido pelos alunos, Alvito não se constrangia em sentar à mesa com pós-adolescentes bebuns, ouvir deles suas histórias, beber naquele universo tão interessante mas por vezes tão repugnante para a intelectualidade. Camisa do Flamengo, pandeiro na mão, Alvito sempre foi bom professor e bom ouvinte. Queria saber mais sobre torcidas organizadas, bailes funks, tráfico, preconceito, temas em voga há 15, 20 anos.

Deste balaio, desta sensibilidade, saiu mais um livro do Alvito. Gostoso de se ler como o samba é de se ouvir.

Recomendo com força. (Caio Barbosa)

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